
Francisco Alves Mendes Filho, mais conhecido como Chico Mendes, foi um seringueiro, sindicalista e ativista ambiental brasileiro. Sua intensa luta pela preservação da Amazônia o tornou conhecido internacionalmente e foi a causa de seu assassinato, em 22 de dezembro de 1988.
Iniciou a vida de líder sindical em 1975, como secretário geral do recém-fundado Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brasiléia. A partir de 1976 participa ativamente das lutas dos seringueiros para impedir o desmatamento através dos "empates" - manifestações pacíficas em que os seringueiros protegem as árvores com seus próprios corpos. Organiza também várias ações em defesa da posse da terra pelos habitantes nativos.
Sob sua liderança a luta dos seringueiros pela preservação do seu modo de vida adquiriu grande repercussão nacional e internacional. A proposta da "União dos Povos da Floresta" em defesa da Floresta Amazônica busca unir os interesses dos indígenas, seringueiros, castanheiros, pequenos pescadores, quebradeiras de coco babaçu e populações ribeirinhas, através da criação de reservas extrativistas.
Em 1987, Chico Mendes recebeu a visita de alguns membros da ONU, em Xapuri, que puderam ver de perto a devastação da floresta e a expulsão dos seringueiros causada por projetos financiados por bancos internacionais. Dois meses depois leva estas denúncias ao Senado norte-americano e à reunião de um banco financiador, o BID. Por sua luta, Mendes recebe vários prêmios internacionais, destacando-se o Global 500, oferecido pela ONU, por sua luta em defesa do meio ambiente.
Ao longo de 1988 participa da implantação das primeiras Reservas Extrativistas criadas no Acre. Após a desapropriação do Seringal Cachoeira, em Xapuri, propriedade de Darly Alves da Silva, agravam-se as ameaças de morte contra Chico Mendes e ele declarou às autoridades policiais e governamentais que corria risco de vida e que necessita de garantias.
Em 22 de dezembro de 1988, exatamente uma semana após completar 44 anos, Chico Mendes foi assassinado na porta de sua casa. Casado com Ilzamar Mendes, deixou dois filhos, Sandino e Elenira, na época com dois e quatro anos de idade, respectivamente.
A justiça brasileira condenou os fazendeiros Darly Alves da Silva e Darcy Alves da Silva, responsáveis por sua morte, a 19 anos de prisão, em dezembro de 1990. Darly fugiu em fevereiro de 1993 e escondeu-se num assentamento do Incra, no interior do Pará, chegando mesmo a obter financiamento público do Banco da Amazônia, sob falsa identidade. Só foi recapturado em junho de 1996. A falsidade ideológica rendeu-lhe uma segunda condenação: mais dois anos e oito meses de prisão.
Em dezembro de 2007, na mesma semana em que o assassinato de Chico Mendes completava 19 anos, uma decisão da juíza Maha Kouzi Manasfi e Manasfi beneficiou o fazendeiro Darly Alves da Silva com a prisão domiciliar até março de 2008.
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